segunda-feira, 27 de setembro de 2010

No tempo em que Kidinho foi prefeito de Macau

Alex Gurgel
Cledionor Francisco de Mendonça, conhecido como Kidinho, mora atualmente na fazenda Moinho do Juá, em sua terra Macau.

Na efervescência mágica dos anos setenta, os jovens de Macau viveram um momento mágico: as eleições que elegeu Cledionor Francisco de Mendonça prefeito. Aos 32 anos, Kidinho venceu, com folga, Amon Gonçalves de Melo (623 maioria).

Kidinho Foi um excelente prefeito. Priorizou a educação, pavimentou todas as ruas de Macau, construiu postos de saúde nos bairros. Seu grande e único problema era seu vice, Afonso, que sempre quis aparecer mais que o prefeito.Kidinho foi escolhido por Zé Oliveira para enfrentar Amon, filho e Albino e considerado pelos Tijibus como imbatível. Seu vice era o ex-prefeito Joãozinho do Carmo.

Tímido, mas com grande personalidade, Kidinho, ex-vereador, secretário de obras, economista, professor, discípulo do Padre Penha e marido de Celeste, empolgou todos jóvens, quem nem sabiam quem era Amon, apesar deste ser filho de Albino Melo, prefeito duas vezes e irmão de João Melo.

Jovem, Kidinho ganhou a eleição que foi a mais empolgante de todos os tempos, pois foi a primeira eleição dos jovens sonhadores dos anos 70. Kidinho era o "Carter de Macau", uma referência feita pelo Diário de Natal ao também candidato a presidente dos EUA, Jimmy Carter que concorria com Gerald Ford e também ganhou a eleição.

Bosco Afonso foi o candidato a vereador mais votado naquelas eleições. Pela sua competência e visão de mundo como jornalista, Kidinho o convidou para ser chefe de gabinete. Bosco foi o "Chefe da casa civil" de Kidinho e ajudou o chefe a fazer uma das melhores administrações que Macau já teve.

Ao deixar a prefeitura, Kidinho se candidatou a deputado estadual e, por apenas 200 votos, não foi eleito. Uma injustiça. A Assembléia Legislativa e o povo de Macau perderam a oportunidade de ter um excelente representante. Com a sua experiência, sensibilidade e honradez, Kidinho assumiu vários cargos de relevância no governo.

Seria interessante que essas pessoas se unissem mas, infelizmente, a política mesquinha separou quem deveria está junto lutando pela nossa querida e amada Macau, inclusive com o prefeito atual. Kidinho, Eduardo, Bosco Afonso, Zé Antonio, Flávio Veras; tanta gente boa, homens de bem e de boa fé, separados pelas disputas mesquinhas da política e por interesses pessoais.

Quem sofre é Macau que, mesmo diante desse ambiente político, sobrevive e continua bela com suas praias preservadas. Pode até ser que o prefeito atual tenha lá seus defeitos, mas nota-se que muita coisa mudou em Macau. Falta muito? Claro que falta. Falta, principalmente união.

Enquanto nossa cidade não amadurecer politicamente e não se fizer representar na Assembléia e seus filhos não se unirem, continuaremos assim. Trabalho, Djane, casa trabalho e Djane casa. Eu considero o bar de Djane o ambiente mais aprazível e democrático do RN. Democracia é assim. Se em Macau, com 26 mil habitantes, não há consenso, imagine nosso imenso País com 180 milhões de habitantes?

NOTA DOS EDITORES: A redação do Macau em Dia recebeu esse depoimento de um leitor anônimo como se fosse um comentário e resolveu publicá-lo, dando destaque de postagem.

2 comentários:

  1. Bem avaliado e com trânsito entre alguns prefeitos da região salineira, Kidinho candidatou-se a deputado estadual e deixou Afonso Lemos, vice, em seu lugar. Kidinho para deputado estadual e Zé Oliveira para prefeito era a dobradinha dos sonhos. Zé Oliveira disputou com Dr. Ivan Montenegro e ganhou a eleição por apenas 60 votos. Kidinho não se elegeu. Foi bem votado e, por pouco menos de 200 votos. Naquela eleição o fato mais pitoresco e esquisito foi protagonizado pelo prefeito Afonso. Com medo de que Ivan ganhasse(e quase ganhou) e caísse no ostracismo, Afonso fez uma promessa. Se Zé Oliveira ganhasse, este iria da igreja matriz a igreja do valadão de joelhos. Para seu azar, Zé Oliveria ganhou de Ivan, numas da eleições mais disputadas da história macauense, e Afonso cumpriu o prometido indo de joelhos do centro ao Valadão acompanhado de um monte de incautos. Poderíamos até dizer que foi um ato de fé cristã, mas todos sabem que aquele ato foi um recado de Afonso ao seu primo Zé Oliveira que ele seria o seu próximo indicado para sucedê-lo. Como Afonso não dá ponto sem nó, quis fazer entender a Zé Oliveira e seus seguidores de que, não fosse a sua "promessa", estes não teriam tido êxito na campanha. Nas próximas eleições,Afonso foi candidato e ganhou de Ivan. Afonso fez uma administração que não deixou saudade. Sua única obra, e de gosto duvidoso, foi colocar uma santa na entrada da cidade, para fazer média com os católicos em detrimento dos protestantes, dos macumbeiros, e dos ateus. Uma manobra mal sucedida fez o experto Afonso sair da cena política macauense. Afonso nomeava, demitia, predia, soltava (lembram do caso Veinho?) mas cometeu o grande erro da sua vida indicando seu sobrino, gente boa, Jonas Gonzales Lemos, filho do saudoso Tião para sucedê-lo. Manoel Cruz o saudoso Tatá foi quem ganhou a eleição e Afonso voltou para casa em nome do pai do filho e do espírito santo. Amém.

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  2. Por pouco mais de 200 votos, Kidinho não se elegeu deputado estadual. Uma pena. Na campanha de Jonas, Macau virou um inferno. Afonso mandou prender velhinho, que estava apoiando Tatá. Um episódio triste mas que contribuiu para que Afonso e os Teteo jamais voltasse a acupar o executivo. Eduardo Até tentou duas vezez mas a força de Flávio falou mais alto. Hoje, são aliados. Outro episódio muito mal explicado foi o incêndio que ocorreu na biblioteca e arquivo da prefeitura, onde vários documentos contábeis foram queimados levando com eles toda a contabilidade de Afonso.

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