Terezinha Menezes: “Se chegar alguém precisando de uma cesariana, a gente manda pra Natal. A gente só faz parto normal e curetagem”.
Por Alex Gurgel
jornalista | alexgurgel@msn.com
Em Macau, a Maternidade José Varela passa por crise financeira muito grande. O alerta foi feito por Terezinha Menezes, administradora da própria maternidade. Conforme Terezinha, a maternidade sobrevive somente com dois recursos, que se mostram insuficientes: o Sistema único de Saúde (SUS) e através de um convênio com a Prefeitura de Macau.
“Do SUS, a maternidade recebe cerca de R$ 23 mil e o convênio com a Prefeitura é de R$ 20 mil. Não dá pra sobreviver”, lamenta. Segundo Terezinha, somente a folha de pagamento da Maternidade é em torno de R$ 20 mil, além do pagamento dos médicos pelos serviços prestados aos SUS e das despesas cotidianas.
A Maternidade tem 33 leitos, atendendo em torno de 60 pacientes por mês, que se deslocam de cidades como Pendências, Jandaíra, Galinhos, Porto do Mangue, Caiçara e São Bento do Norte. “Nossa maior demanda é com Guamaré e Alto do Rodrigues, mas esses dois municípios não são da área de atendimento por Macau”, explicou, ressaltando que a maioria das crianças que nascem nos municípios citados são macauenses.
Terezinha Menezes declarou que hoje a Maternidade não tem material hospitalar para fazer uma operação cesariana. Ela disse que não há remédio, está faltando alguns materiais de uso cirúrgico e nem há recursos para viabilizar o atendimento ao público. “Se chegar alguém precisando de uma cesariana, a gente manda pra Natal. A gente só faz parto normal e curetagem”, afirmou.
A administradora da Maternidade José Varela reclama que ainda não recebeu o repassa do SUS referente ao mês de dezembro de 2010, porém a Prefeitura de Macau pagou os últimos repasses e Terezinha Menezes está esperando a renovação do convênio com o município para 2011. “O prefeito Flávio Veras esteve na maternidade fazendo uma visita e disse que renovaria o convênio”, disse.
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