ARTIGO
Por Nazareno Félix
Não há como não acreditar que as coisas sempre "terão jeito", quando a gente lê uma notícia com esse começo. Embora ainda existam, e ainda vai perdurar, uma reca de lacaios e bufões a tentar encobrir o que a peneira não consegue mais tapar. A gente precisa, mesmo, de todas as formas possíveis, reagir.
O Cordão da Fantasia, com a sua alegria, que a nossa cultura tanto precisa, transforma-se no, com trocadilho e tudo, bastião cultural da nossa terra - sem cinemas nem teatro, sem pão; só circo. O que não estariam dizendo nesse instante o Imperador e o Maestro...
Irmanados sob o estandarte do Cordão, o folião macauense, feito fogo de monturo, persiste na batalha desvantajosa contra o que tem se instituído como políticas personalíssimas dos nossos últimos mandatários.
“Aballogueto”, “Badallada”, “The Frois”, “Prabalá”, “Introza”, “Pawlera do Brasil”, “Garota Safada Elétrico”, “Zumzumbaba”, “Axé Mais”, “Pegação Elétrico”, “Tsunami”, “Swing Novo” e por último, mas não menos desimportante uma tal de “Deixe de Brincadeira Elétrico”. Com todo o respeito, só pode mesmo ser brincadeira...
Como o linguajar macauense costuma dizer de uma coisa que não tem valor, nenhuma dessas novidades “não tira nem fino” nos acordes do Frevo 88 (dim-dom, dim-dom, dim-dom) enternizados no bandolim de Zezinho, na virtuose da guitarra de Edinho, na alegria do Frevo Novo de Marquinhos, no pistom contagiante de “Minrréis”, no pipocar do frevo de Leão Neto, no baixo possante de Madruga, na bateria com gosto de gás de Chico de Hermes, no surdo inconfundível de Buchudo, além das novidades que o Maestro Castro fez surgir com a sua Orquestra do Sal, entre tantos outros músicos MACAUENSES que entendem a alma do nosso povo, e sabe tocá-la (sem pedido de perdão pelo trocadilho) como só o macauense sabe...
Desde que emprestamos de Pernambuco toda a alegria e magia do frevo, aqui bem acolhido, que a quarta-feira, para nós que brincamos e sentimos o nosso verdadeiro carnaval, é ingrata. Os acordes continuam ressoando baixinho não querendo ir embora... Por conta da malfadada falta de competência e sensibilidade dos nossos ditos homens da Cultura.
A propósito, nós, os que gostamos do frevo, nós que damos valor ao nosso artista, nós que não deixamos cair no esquecimento o que Macau já produziu (Lenhadores, Sabiá, ‘Seu Né Costela’, o Passo da Ema, Bruxos, Cangaceiros, Bloco da Vitória, Balancê, Bafo da Onça, Os Tupi-Guaranis, Azes do Ritmo, Imperadores do Samba, As Almas, Shangri-lá entre tantos outros...) e produz, vide o Radiola de Ficha, Vai Pipocar o Frevo, não podemos cruzar os braços...
O Cordão da Fantasia, mosca na sopa deles, é um marco da nossa cultura carnavalesca de resistência na teimosia contagiante de Renan Ribeiro de Araújo e daqueles que com ele congregam o desejo de ter, na nossa cidade, algo que reafirme os valores macauenses que os oficiais da nossa Cultura tão descaradamente querem destruir.
Para estranhos senhores e senhoras, aves de rapina, que aqui encontram a alegria desenfreada pelas facilidades do ganho fácil e pela “cegueira premeditada” dos nossos homens de “curta” cultura embevecidos por plumas e paetês, e talvez “alguns trocados”, Macau é mesmo um mundo de alegria...
O Cordão da Fantasia sai nas ruas, e se transforma numa outra Macau.
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ResponderExcluirNazareno,
ResponderExcluirA cigarra também " bate asas" na sopa...
Você fala tudo que o meu coração aos prantos, soluça.
Bravo, Bravíssimo!
Dorotéa Dantas