sábado, 9 de abril de 2011

O sal da terra para todo o Brasil

O sal produzido no Rio Grande do Norte é responsável por cerca de 90% do sal que é consumido no Brasil e para exportação.

 Alex Gurgel | jornalista
 alexgurgel@msn.com

Para muita gente o sal é visto apenas como uma substância branca que realça o sabor dos alimentos. No entanto, ele é útil para várias finalidades nas indústrias químicas, têxteis e metalúrgicas. A Bíblia refere-se ao sal diversas vezes, inclusive no sentido figurado. Jesus disse que seus discípulos eram "o sal da terra", fazendo referência à influência preservadora do sal.

O Rio Grande do Norte responde por quase 90% de todo o sal bruto que é produzido e refinado no Brasil. A maior parte dessa produção está concentrada em Macau, Grossos, Areia Branca e Mossoró, que possui as maiores salinas brasileiras, com a contribuição logística do mais importante canal de escoamento do sal: o Porto-Ilha.

De acordo com o vice-presidente  do Sindicato da Indústria de Extração do Sal do Rio Grande do Norte, Airton Torres, o Estado produz 5,5 milhões de toneladas de sal por ano, que são comercializadas no mercado nacional e exportadas para países da América do Norte e do Sul, África e Europa. “O sal tem uma importância social muito grande porque gera milhares de emprego nas regiões produtoras”, ressalta.

A produção caiu em tono de 20% durante os dois últimos anos. Conforme Airton Torres, essa redução, causada pelas chuvas que cairam sobre as áreas produtoras, refletiu diretamente sobre os preços do sal refinado, usado no consumo humano. “Os estoques estavam baixos por causa das chuvas que atrasam a colheita”, explicou o vice-presidente.

Airton Torres confirma que o Rio Grande do Norte produz anualmente cerca de 5,5 milhões de toneladas de sal marinho, sendo 8% produzido na região de Galinhos e os outros 92% está dividido entre Macau e a região de Mossoró, Areia Branca e Grossos. As estatísticas do Sindicato patronal mostram que os volumes de produção nessas regiões são parecidos.

O mercado salineiro

Colheita do sal acontece quando as águas de grau nos baldes evaporam.

Segundo Airton Torres, o mercado do sal refinado e do sal moído tinha um preço muito baixo antes das chuvas por causa do sal excedente da produção que era ofertado. Com as chuvas e a baixa produção, não houve mais o excedente e a oferta ficou no patamar da demanda, fato que impulsionou a elevação dos preços.

O sal depende da evaporação solar para ser extraído. Com as chuvas e a consequente adição de água doce à água salgada, as empresas demoram mais para iniciar a extração. Com isso, a oferta do produto diminui, elevando os preços em 30% para o consumidor.  Hoje, calcula Aírton Torres, um fardo com 30 quilos de sal refinado (contendo 30 saquinhos de 1 kg cada) está sendo vendido (em média) no atacado a R$ 12,00.

Já o sal in-natura, vendido para consumo industrial no Brasil e importado para outros países, não houve aumento no preço porque esse mercado sofre uma concorrência direta com o sal produzido no Chile. O vice-presidente disse que o Chile utiliza o “dumpping”, uma prática comercial ilegal que consiste em vender produtos a preços menores que os custos de produção.

Airton Torres também salienta que, apesar da queda na produção, não houve o desabastecimento no mercado. A baixa produção de sal ocorrida nos dois últimos anos foi compensada pelo grande estoque de sal in-natura que as indústrias são obrigadas a ter por causa dos contratos de longo prazo que mantêm com seus clientes.

 A importância do sal para o Estado está na geração de 15 mil empregos diretos e da arrecadação  de ICMS proveniente não só da venda do sal, mas também dos transportes marítimo e rodoviário. Em 2009, pelo Porto Ilha foram embarcados em média 170 mil   toneladas de sal por mês para outros portos, no Brasil e no exterior.

Atuação da Salinor no RN

O sal é armazenado em pirâmides, lavado, retirado as impurezas, refinado e embalado.

A Salinor é a maior produtora de sal do país, responsável por mais de 40% da produção nacional. Suas salinas estão localizadas no Rio Grande do Norte, nos municípios de Macau e Mossoró, onde as condições climáticas são excepcionais para a produção de sal por evaporação solar da água do mar.

A salina de Macau tem capacidade de produção de 1 milhão de toneladas por ano, enquanto as duas salinas de Mossoró juntas têm capacidade de produção de aproximadamente 1,3 milhão de toneladas por ano. No total são mais de 2,3 milhões de toneladas de sal, gerando cerca de 700 empregos diretos nas duas cidades.

A Salinor é uma empresa que gera 700 empregos diretos em Macau e Mossoró. São as maiores salinas do país, unindo alto padrão tecnológico à tradição de vários anos em operação no mercado. A empresa tem um escritório central no Rio de Janeiro e outro em Natal. Conta ainda com representantes e distribuidores em todo o país.

Por ser também utilizado para alimentação humana, o sal refinado produzido pela Salinor segue as normas de Boas Práticas de Fabricação (BPF), com reconhecimento do Ministério da Saúde e da Unicef. A empresar conta com laboratórios próprios, responsáveis pelo controle de toda a matéria-prima utilizada no processo de fabricação do sal.

Preocupada em preservar o ecossistema e a biodiversidade, a Salinor gerencia os possíveis impactos ambientais, tanto em sua área interna quanto nas regiões adjacentes. A empresa tem consciência que a ecologia integra-se ao controle de qualidade de nossos produtos. Para tanto, a empresa mantém uma Comissão Interna do Meio Ambiente (CIMA) que acompanha permanentemente esse ecossistema.

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