Projeto de aquicultura familiar sustentável vai beneficiar 60 famílias, produzindo mais de 50 toneladas de peixe por ano. |
O barco sangra o rio Piranhas-Assu beirando os manguezais para fugir do meio do rio, onde é raso durante a maré-baixa. O barco é guiado pelo sonho de 60 famílias de pescadores que estão transformando a Ilha do Barro Preto num lugar produtivo, através de um projeto de “aquicultura familiar sustentável” com futuras instalações para a criação de peixes e camarão.
Capitaneado por José Holanda, presidente da Associação de Pecadores de Macau Aldo Marcelino, o projeto compreende a Ilha do Barro Preto, uma área com mais de 60 hectares - 50 vezes maior do que Macau. Segundo o presidente, a ilha é uma área devoluta, desapropriada pelo Estado quando era usada com água graduada das salinas. “Era um terreno improdutivo. Agora, vamos alimentar mais de 60 famílias”, disse.
Uma das maiores dificuldade das famílias associadas ao projeto é a falta de estrada com ligação da Ilha do Barro Preto e Macau. Só existe acesso pelo rio Piranhas-Assu. Duas casas de alvenaria foram erguidas no local para abrigar os trabalhadores e todo material foi levado de barco. Agora, há necessidade de a comunidade usar máquinas pesadas e eles devem alugar uma balsa que custa muito dinheiro.
Como não há apoio nenhum da Prefeitura de Macau e nem do Governo Federall, as famílias tiveram que se associar e conseguir seus próprios recursos financeiros para poder tocar projeto. Acreditando que o projeto vai dá certo, o pescador José de França, conhecido como Capuchinho, investe suas economias desde 2001. “Eu vendi minha casa para colocar o dinheiro aqui”, relatou José de França.
Atualmente, os pescadores estão trabalhando na construção dos viveiros para criação de peixe e camarão. De acordo com o pescador Jairo Olegário, quando o projeto de “aquicultura familiar sustentável” estiver funcionando a todo vapor vai conseguir produzir 20 toneladas de peixe no período de 4 em 4 meses. “Nós só precisamos de uma pequena ajuda para começar a produzir”, disse José Holanda, ressaltando que já entregou o projeto nas mãos do ministro da Aquicultura e Pesca, Altemir Gregolin.
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