sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Carcinicultura destrói meio ambiente em Macau

A criação de camarão causa a degradação do solo catingueiro e a destruição da bela paisagem macuense
 Da Redação | pvmacau@gmail.com

Carcinicultura é a criação de camarão em viveiros. É uma atividade em franca expansão pelo mundo, geralmente ocupando áreas de manguezais. Seus defensores afirmam que essa é uma atividade ecologicamente sustentável que traz renda para a população local, mas estudos e grupos de defensa ambiental têm afirmado o contrário: além de destruir áreas de manguezais e caatinga para a instalação de viveiros, o emprego gerado é muito aquém do esperado.

No Brasil, a principal região de carcinicultura é o Rio Grande do Norte e Macau é considerado o maior produtor de camarão em cativeiro da região salineira. Um estudo foi feito por ambientalistas do IFRN sobre as implicações ambientais da atividade de carcinicultura na microrregião de Macau foi apresentado na 62ª SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência). O resultado todo mundo já sabe: degradação do meio ambiente por uso irresponsável dos produtores.

 De acordo com os resultados encontrados pelo grupo de pesquisadores ambientais, acontece em Macau intensos desmatamentos; constantes alterações físicas; inserção de metais pesados nas áreas de manguezal; poluição orgânica do ambiente; introdução de espécies exóticas junto à biodiversidade estuarina; eutrofização dos ambientes aquáticos, provocada pela presença de algas tóxicas, sobretudo, pelo aparecimento de cianófitas; e privatização de áreas públicas.

De acordo com o líder do Partido Verde em Macau, jornalista Bosco Afonso, é evidente que a degradação do ecossistema de manguezal vem causando um desequilíbrio ecológico sem precedentes, com implicações maléficas incalculáveis ao meio ambiente macauense. “A dinamicidade da carcinicultura potiguar, e em particular a feita em Macau, exige uma revisão premente da atual legislação ambiental, repensando alguns parâmetros referentes à utilização do manguezal”, disse Bosco.

Para Bosco Afonso, mesmo com as implicações reverberadas pelo desenvolvimento da atividade de carcinicultura na microrregião de Macau, faz-se necessário que as empresas de camarão instaladas no âmbito de sua circunscrição territorial intensifiquem ações corretivas de mitigação dos seus impactos socioambientais negativos, revendo suas posturas para com o meio ambiente. “As empresas precisam recuperar o meio ambiente

 Alguns dos danos ambientais causados pela carcinicultura:

- degradação do ecossistema e da paisagem;
- exploração de áreas de empréstimo para aterro (construção de talude);
- risco de remobilização de sedimentos para a coluna d’água na fase de implantação;
- perda da cobertura vegetal;
- redução da capacidade assimilativa de impactos futuros;
- redução de áreas de proteção/berçários de espécies autóctones/nativas;
- redução de áreas propícias à presença de espécies em extinção;
- risco de alteração de refúgios de aves-migratórias;
- alteração da função de filtro biológico;
- comprometimento dos corredores de trânsito de espécies nativas;
- impacto dos resíduos resultantes dos processos de cultivo, pré-processamento e processamento;
- alterações físico-químicas e biológicas de corpos receptores de efluentes;
- impactos sobre o aquífero e consequente aumento da cunha salina;
- recuperação de áreas abandonadas pelo cultivo;
- risco de introdução de espécies exóticas.

 Veja imagens da destruição do meio-ambiente em Macau, na estrada de Barreiras, causado pela criação de camarão desordenada:






Um comentário:

  1. Prezado Sr.
    Estou tentando postar um comentário sobre esse assunto e não estou conseguiindo.
    Enviei o mesmo para seu email (pvmacau@gmail.com)
    Atc.
    Prof. Dr. Pedro C. C. Martins

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