Fura-Mundo, proprietário de um barraco no antigo mercado de Macau, vendia refeições e tinha como freguês de carteirinha o barbeiro Zé Vieira.
Certa ocasião, Fura-Mundo precisou viajar e pediu ao amigo Zé Vieira que desse sempre uma olhada no barraco, pois a esposa ia ficar sozinha e precisava de apoio. Zé Vieira concordou e disse que o amigo podia viajar sossegado.
Uma semana depois, chega Fura-Mundo e pergunta à esposa se tudo havia bem na sua ausência: “É, tudo bem, só que Zé Vieira veio com enxerimento comigo...”
- Vou matar aquele sujeito e mostrar a ele que mulher de homem se respeita - Disse isso e saiu em direção à barbearia, levando uma faca-peixeira na cintura.
O local era modesto, só tinha uma porta. Fura-Mundo pára em frente à porta e grita pra Zé Vieira: “Se prepara para morrer. Você nunca mais canta mulher de ninguém!”
- Grande besteira você vai fazer. Me dá uma facada, eu morro, você vai pra cadeia e eu para o cemitério e sua mulher vai ficar sozinha, levando cantada dos outros do mesmo jeito.
Fura-Mundo pensou, botou a faca na cintura e foi embora para o barraco.
(do livro “Humor com gosto de sal”, de Getúlio Teixeira. Editora Sebo Vermelho, Natal RN 2003)
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