sexta-feira, 5 de agosto de 2011

A tradição sonora de Chico de Paula através da Amplificadora Ideal

Há mais de 40 anos, Chico de Paula empresta sua voz para fazer comunicação. Ele é um dos pioneiro comunicadores nas ondas do rádio macauense.
 Alex Gurgel | alexgurgel@com-texto.com.br

Há 45 anos que Chico de Paula é radialista auto-ditada que pratica comunicação social, e tem seu público cativo através das ondas sonoras dos seus alaridos que ele chama de “Amplificadora Ideal”. Chico de Paula começou sua carreira radiofônica muito cedo fazendo locução em palco de comício para político, locutor de cinema e prestou serviço também para a Prefeitura de Macau.

Em maio de 1970, Chico de Paula estreou seu próprio serviço de som e nunca mais trabalhou pra ninguém, fazendo sua própria comunicação. Além dos dotes de radialista, ele também é o responsável pelos sinais das repetidoras das televisões abertas. “Eu gosto mesmo é de comunicar”, disse orgulhoso

Antes de se tornar uma “amplificadora” de sucesso, Chico montou uma gravadora para fazer algumas cópias em fita K-7 dos sucessos da época para vender as meninas do Mata-Sete, antigo local onde funcionavam vários cabarés em Macau e onde se localiza, até hoje, a amplificadora. “Algumas das meninas gostavam de homens casados e mandava recados através de códigos amorosos... então eu dizia: abacate, melancia quer se encontrar com você. E o cabra já sabia”, disse.

A Amplificadora Ideal e seus alaridos.
O período em que Chico chegou a ganhar mais dinheiro foi quando Carlos André lançou a música “Eu hoje quebro essa mesa se meu amor não chegar”. “Amigo, aquele disco me deu tanto rendimentos que nunca vi tanto dinheiro”, disse Chico, salientando que vendia também gravações de Núbia Lafaiete, Waldick Soriano, Cláudia Barroso, Altemar Dutra, Agnaldo Timóteo, Bartô Galeno, e tantos outros sucessos da época, que hoje são classificados como “bregas”.

Atualmente, como não existe mais os famosos cabarés do Mata-Sete, Chico de Paula ganha sua vida dando notícias de Macau e do mundo, além de fazer propagandas para os comerciantes do Mercado Público e dar notas de falecimento. Apesar da difusão e alcance das potentes antenas das rádios das AMs e FMs, há uma tradição em Macau que reza: “Se a notícia não deu em Chico de Paula, o fato não aconteceu”.

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