Por Valério Mesquita | escritor
Em Macau, lembro muito bem de Venâncio Zacarias, dinartista do pé roxo, que detestava Aluízio Alves. A Cruzada da Esperança programara um sábado de grande mobilização, denominada “vigília do sal”.
O prefeito, de antemão, mandou chamar o encarregado da usina elétrica e recomendou: “Mais ou menos após a hora da janta, desligue o motor”. A ordem vazou e a oposição foi para as ruas com a famosa “passeata das lamparinas”.
O alcaide Venâncio, que havia se ausentado da cidade, no dia seguinte quis saber como tudo ocorreu. “Fizeram a passeata no escuro?”.
O amigo consultado respondeu: “Que escuro coisa nenhuma. Foi tanta lamparina na rua que clareou o mundo! Assim como o rei Midas que colocava a mão e o objeto virava ouro, Aluízio onde chega, dobra a votação”. Venâncio cuspiu de lado e saiu ciscando feito jararaca.
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