segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Um poema de Benito Barros

As bateiras pela gamboa dos Barcos
 Publicado no livro "Espinho-de-Bananeira [Dado as despropósitos]"
Imperial Casa Editora da Casqueira, 1999, Macau-RN

As bateiras pela gamboa dos Barcos transportam
sacos de verdes folhas de mangue
para mitigar a fome do gado
em cinzentos sítios do interior.

As bateiras da gamboa dos Barcos aportam plenas
de gordas palhas de peixes
para mitigar a fome do povo
mirrado dos barracos do Porto.

As bateiras pela gamboa dos Barcos conduzem
magotes de viris pescadores
para mitigar a fome das moças
nas ardentes redes de pano surrado.

As bateiras na gamboa dos Barcos chegam cheias
de mais pura e líquida poesia
para mitigar a fome dos olhos
da gente enamorada pelo mar.

* Retirado do sítio O Baú de Macau: www.obaudemacau.com

Um comentário:

  1. Benito, galado, Macau tá pior. O pão e circo continua...
    Como você faz falta!

    Pororonga News

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