sábado, 31 de março de 2012

Entrevista com Bosco Afonso

Jornalista Bosco Afonso é o primeiro entrevistado pelo blog


Por que o senhor deseja ser prefeito de Macau?
Bosco Afonso: Todo macauense que tenha vocação política tem o desejo de administrar a sua cidade. Eu já fui Chefe de Gabinete do Prefeito de Macau por 10 anos, fui o segundo Vereador mais votado de Macau em 1976,  Assessor Parlamentar do Senado Federal, enveredei pela iniciativa privada onde atuei por quase 25 anos e há três anos estou no serviço publico, hoje na condição de Secretário Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo de Natal. Nunca fiquei ausente dos embates políticos em minha cidade e participei de todas as lutas de interesse coletivo.  Além do mais, trago comigo os exemplos e ensinamentos de meu pai, Afonso Solino Bezerra, Vereador por 4 mandatos e Vice-Prefeito, que conquistou a todos que o conheceram através de seu estilo de simplicidade e de fidelidade a tudo que praticava. Esse currículo me credencia a pretender disputar o cargo de Prefeito de Macau, pois entendo que o município requer um bom executivo com experiência política para administrá-lo. Um filho da terra, ouso dizer, movido por um sentimento de amor à terra que se empenhe verdadeiramente em fazer as transformações profundas à Macau que hoje se encontra com o seu desenvolvimento estagnado.

O senhor se coloca como correligionário do prefeito Flávio Veras ou como oposição a administração municipal?
Bosco Afonso: Sou veementemente contra o sistema personalista de administrar a coisa pública que aí está. Portanto, sou um opositor  ao prefeito Flávio Veras. Quando acompanhei o bloco político que apoiou a candidatura de Flávio Veras em 2004 eu dizia a todos, naquele momento, que estávamos “atirando no escuro”, pois não conhecíamos quem era Flávio. Quando ele assumiu a Prefeitura de Macau começou a mostrar quem realmente era. Ao ser cassado, quis impor o nome de sua mulher para uma nova eleição e aí me rebelei, pois entendi que o projeto de Flávio era um projeto personalista, que cuidava apenas dele e de seus interesses - como está demonstrando agora em busca de um terceiro mandato impondo um nome sem expressão política e que desagrada seus próprios correligionários.  E aí decidi romper com aquele sistema político em março de 2005.

Como o senhor analisa a atuação do prefeito Flávio Veras nesses 7 anos de mandato?
Bosco Afonso: Embora alardeando que Macau está melhor e gastando milhões em propaganda, quem vê de perto sabe que se trata de uma administração de fachada, sem planejamento, sem projeto para o futuro do município, sem criar perspectiva desenvolvimentista. Com a arrecadação de cerca de 7 milhões de reais ao mês Macau era para ter um sistema de saúde e uma educação de primeiro mundo, uma vez que no município se constata uma das maiores renda per capita do Rio Grande do Norte. Vejo a administração de Flávio Veras sem se preocupar com uma melhoria no ensino, no esporte, na saúde, na solução para o desemprego, na infra-estrutura do município. Além do mais essa administração que aí está comete um grave erro ao desrespeitar, ao humilhar o cidadão e não honra a sua palavra com o que promete. É uma administração envolvida em escândalos, em suspeitas de falcatruas e o seu titular coleciona inúmeros processos na justiça. Penso que a nossa terra merece ser melhor representada.

O senhor acredita que os pré-candidatos a prefeito de Macau da oposição venham a se unir em torno de um só nome para enfrentar o candidato a da situação?
Bosco Afonso: Lógico que acredito e tenho razões suficientes para acreditar na união da oposição. Todos os pré-candidatos a Prefeito que estão na oposição têm se posicionado há algum tempo contra esse estado de coisas, a essa falta de respeito ao cidadão que foi implantada no município ou romperam recentemente com o sistema liderado por Flávio Veras, por razões óbvias. Portanto, publicamente são contra essa administração e, assim, não teriam condições éticas de integrar o sistema situacionista que corajosamente abandonaram, pois certamente seriam penalizados pelo eleitorado. Portanto, acredito, sim, no fortalecimento da união dos opositores. Acredito na palavra e no posicionamento assumidos por mim e também pelos pré-candidatos Dr. Eduardo, Odete Lopes, Zé Filho, Dr. Wilson, Edival, Bosquinho da Receita, Ary Marcos e Rômulo Paulista, além dos representantes partidários do PSB, PT, DEM, PSDB, PV, PPS, PDT, PTB, PMN, PT do B, PSDC e PTC. Por tudo que temos debatido sabemos que Macau conta com a nossa união para se libertar da opressão e humilhação impostas por Flávio Veras.

Em o senhor sendo escolhido como candidato a prefeito pela oposição, como irá proceder para conciliar os interesses de todos os pré-candidatos dentro do mesmo bloco?
Bosco Afonso: Ora, sabemos que numa ampla coligação envolvendo tantos partidos políticos, naturalmente há divergências. Porém entendo que se houver, como se espera de todos os pré-candidatos a renúncia aos seus interesses pessoais e prevalecer o interesse coletivo, o interesse pela comunidade resolveremos, sim, as diferenças com a transparência na composição do governo com o aproveitamento das idéias, dos planos, dos projetos, dos sonhos e da presença representativa de todos dentro da administração que for escolhida pelo povo de Macau.

Qual seria a sua plataforma de governo?
Bosco Afonso: Planejar, ouvindo a população, para desenvolver os pilares da Saúde, Habitação, Educação e Desenvolvimento Industrial Sustentável

Como seria a sua atuação para melhorar a crítica situação da Saúde em Macau?
Bosco Afonso: Antes de tudo a saúde de Macau precisa ser tecnicamente diagnosticada. A partir daí, melhorar a qualificação dos profissionais da área, contratar novos profissionais para ampliar o atendimento à população, buscar ajuda externa (inclusive no exterior) para implantar um atendimento de excelência em nível regional e, obviamente, gerenciar melhor os recursos financeiros destinados à saúde. Costumo dizer que Macau tem tudo para ter Educação e Saúde de primeiro mundo. Isso, evidentemente, a médioe longo prazos.

E na Educação, qual seria o seu direcionamento? O senhor entende que o município de Macau tem condições de pagar o piso salarial nacional aos professores da rede municipal de ensino?
Bosco Afonso: Em primeiro lugar deveremos definir políticas públicas voltadas para a juventude, para essa clientela que precisa de cuidados especiais na área de educação. Pretendo no segundo ano de mandato já fazer funcionar a Escola em tempo integral, ao mesmo tempo em que desenvolveríamos parcerias com as instituições de Ensino Superior visando implantar o Sistema Continuado de Qualificação Profissional dos Servidores da Educação com vistas a também melhorar a qualidade do ensino. Quanto a segunda pergunta devo dizer com convicção que o município de Macau tem condições, sim, de pagar o piso salarial nacional aos professores e até um pouco mais, desde que haja empenho do professorado para melhorar a qualificação do ensino.

Na área habitacional, o senhor pretende desenvolver algo diferente do que já foi aplicado até hoje?
Bosco Afonso: Hoje há um déficit habitacional no município de Macau que, provavelmente, nem o atual prefeito saiba de quanto é esse déficit. Num primeiro momento é detectar essa informação e selecionar por classe social. Aqueles de baixa renda receberiam o apoio imediato da Prefeitura, do Estado e da União, ao mesmo tempo em que iríamos promover as construções em ritmo de mutirão, com a participação dos beneficiados e paralelamente buscaríamos formas alternativas de encontrar material de construção mais barato e sustentável. Os demais seriam estimulados com isenções de taxas do município e estímulo aos financiamentos. E isso não ficaria apenas na zona urbana. Buscaríamos meios de atuar fortemente nos distritos e localidades.

Fala-se muito na falta de preparação de mão de obra para a população economicamente ativa de Macau, o senhor tem algum plano especifico para o setor?
Bosco Afonso: Hoje, o município, graças a atuação dos governos estadual e federal detém uma estrutura de qualificação de mão de obra através dos ensinos médio e superior considerada razoável. Entretanto, a preparação, a qualificação de mão de obra em nível básico é sofrível, quase não existe e é aí que pretendemos atuar utilizando recursos próprios, firmando convênios com o Sistema S (Senai, Sesi, Sesc e Senar) e conveniando com o Governo Federal para a implantação do PRONATEC, programa recém criado pelo Governo Dilma com o objetivo de efetuar a qualificação profissional em menor tempo possível, sendo essas ações nas zonas urbana e rural.

Dentro do potencial do município, como o senhor pretende estimular a criação de novos empregos?
Bosco Afonso: O nosso intuito é o de fortalecer a Secretaria Municipal de Desenvolvimento da Indústria, Comércio e Turismo que será conduzida por profissional competente e que deverá contar com orçamento composto por 25% dos royalties do petróleo. Através de parceria com investidores vamos promover uma verdadeira revolução industrial sustentável em Macau, a partir do seu Distrito Industrial. Vamos estimular a instalação de indústrias (beneficiamento do pescado, das águas residuais das salinas, do calcário, dos derivados de petróleo, das energias solar e eólica, etc), o desenvolvimento do comércio e a prática do turismo ecológico, de lazer e para a terceira idade, aproveitando toda a vocação do município na geração de novos empregos e renda.

O senhor teria algum projeto específico para a sua administração atuar nos distritos e na área rural de Macau?
Bosco Afonso: A nossa administração pretende ser – realmente – uma administração participativa com o envolvimento da população através de suas várias instituições a exemplo de Conselhos Comunitários, Conselhos de Bairros, Associações de Moradores, enfim, com o envolvimento de toda a sociedade a ser ouvida. Com isso, alcançaríamos melhor as localidades, a exemplo dos Assentamentos, Várzea Cercada, Tambaú, Quixaba, Maxixe, Salinópolis, Cohab, Canto do Papagaio, Cidade de Deus, Soledade, Sertãozinho e Ilha de Santana. Quanto aos distritos de Barreiras e Diogo Lopes vamos focar em todo o seu potencial pesqueiro e desenvolver projetos sustentáveis que signifiquem propiciar uma melhor qualidade de vida.

Qual a sua mensagem aos macauenses, ao eleitorado de Macau?
Bosco Afonso: Acredite no potencial do seu município. Acredite que a sua Macau pode sofrer transformações profundas e voltar a ser, verdadeiramente, Pólo da Região. Acredite que o seu envolvimento pessoal pode contribuir para essa retomada do desenvolvimento econômico e social do município. Acredite que existem políticos sérios e comprometidos com o futuro do seu município e do seu povo. Acredite que existem políticos que sabem fazer valer a sua palavra, sabem respeitar o ser humano, os bons costumes e sabem priorizar e valorizar a família como forma de contribuir para a consolidação de uma sociedade mais sadia, mais justa.

Um comentário:

  1. Como macauense que sou eu acredito em você, Bosco Afonso, vamos a luta, chega de colocar nossa terrinha em mãos alheias.

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