A grande maioria dos consumidores não sabe a origem da carne que está sendo comercializada na cidade.
Fotos e texto: Alex Gurgel
jornalista - alexgurgel@msn.com
O macauense deve se preocupar com a carne que leva à mesa diariamente. Com o fechamento do matadouro público há décadas, os abates ocorrem nas cercanias da cidade, embaixo de árvores, com armações improvisadas.
Os equipamentos utilizados para sacrificar os animais são sujos e a água usada para retirar o couro é fervida em recipientes sem nenhuma higiene. Para piorar, o resto dos animais é atirado nos rios ou jogado em terrenos baldios, comprometendo, inclusive, o meio ambiente.
O ciclo de irregularidades se fecha com o transporte da carne. Na maioria dos casos, o produto é acondicionado em caminhões ou até carros de passeios e carroças puxadas por motos, sem refrigeração adequada, o que acelera o processo de deterioração.
No Mercado Público Municipal, os açougueiros vendem a carne consumida em Macau na certeza da impunidade. Eles compram pra vender e sabem que o gado é abatido de forma clandestina, sem o controle da Vigilância Sanitária.
A imundice nos Currais
Carne clandestina é transportada sem a devida refrigeração e exposta as bactérias.
Além da carne consumida em Macau não possuir nenhum tipo de garantia quanto à origem, ainda expõem os consumidores a doenças perigosas como brucelose, certicercose e raiva. O consumidor contaminado pode apresentar febre, calafrios e suor intenso à noite, cansaço extremo, insônia, impotência sexual, irritação, nervosismo, depressão, dor de cabeça e dores generalizadas.
Informado onde parte dos animais são abatidos, cortados e consumidos na cidade, o blog Macau em Dia visitou os “Currais”, lugar imundo nas adjacências de Macau onde se cria todo tipo de animal que possa ser comercializado no Mercado Público ou nas feiras livres: galinha, porco, bode e vaca e os bichos são alimentados em qualquer higiene.
A reportagem também observou que algumas pessoas moram entre os animais criados nos Currais. O aposentado João Batista de Souza, 67 anos, criador de porcos, está morando num barraco de madeira ao lado do chiqueiro dos animais que ele cria. “Sou obrigado a morar perto dos porcos porque se não tiver ninguém pastorando, as pessoas roubam”, tentou justificar.
Matadouro Público: desperdício de dinheiro
Matadouro foi inaugurado, mas há anos está sem ser usado. Alguns materiais foram roubados.
Quem não dispensa aquele churrasco no fim de semana, é bom ficar atento a algumas dicas na hora de comprar sua carne. O consumidor precisa verificar se as carnes de origem suína, bovina, caprina ou ovina possuem o selo de fiscalização do Serviço de Inspeção Federal (SIF) ou do Serviço de Inspeção Distrital (SID). Também é importante observar a cor, odor e a textura da mercadoria. Qualquer alteração pode ser um sinal de má procedência.
Equipado com uma pistola elétrica para abater o gado (evitando o tiro ou a porrada de pau na testa dos animais), serras de última geração para recortar o boi, além da estrutura física em perfeito estado, o Matadouro Municipal continua abandonado, se configurando como um desperdício do dinheiro público.
De acordo com o secretário de infra estrutura, Joad Bezerra, o projeto do matadouro público foi refeito para a aquisição de uma câmera frigorífica. Joad Bezerra promete que o novo matadouro público vai ficar pronto em breve. O valor da obra também não foi anunciado, alegando que tudo estava dentro da elaboração do projeto.
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