terça-feira, 14 de setembro de 2010

O Cemitério de Macau está lotado

Com capacidade para enterrar pessoas por somente dois anos, a Prefeitura de Macau enfrenta o desafio de procurar outro lugar para sepultar os macauenses.

Fotos e texto: Alex Gurgel

Todo macauense sonha em um dia se juntar àqueles que já se foram. Onde deveria ser o descanso dos que residem em Macau, o Cemitério Público “Monsenhor Joaquim Honório" está completamente lotado. Conforme o administrador Luiz Cícero (Cicinho), há terrenos para enterrar 200 pessoas, no máximo. “Num prazo de dois anos, o cemitério de Macau não vai poder enterrar mais ninguém”, disse Cicinho.

A “Morada Eterna” dos macauenses abriga túmulos de pessoas famosas como o cantor Paulinho de Macau, o historiador João de Aquino, o ex-vice-prefeito Afonso Solino Bezerra e o músico Francilúcio. Conforme o sociólogo Benito Barros, o Cemitério de Macau já era conhecido desde 1931, quando retiraram o Cruzeiro da frente do cemitério para ser chantado em frente à igreja matriz.

Oficialmente, o Cemitério Monsenhor Joaquim Honório foi inaugurado pelo então prefeito Albino Melo, quando fez a primeira reforma no lugar, colocando um muro de tijolos onde era cerca de arame farpado para delimitar a área e construindo a sua fachada. Outras reformas foram feitas ao longo do tempo. Hoje, a pequena capela virou um centro de velório onde há missa de corpo presente, os banheiros foram reformados, além do serviço de copa como cafezinho e chá.

De acordo com o secretário de planejamento e desenvolvimento sustentável, Ubiratan Bezerra, o Governo do Estado já está trabalhando num modelo de um novo cemitério para a cidade de Macau. “A ampliação do cemitério de Tambaú para atender a demanda de Macau é uma das alternativas que a Prefeitura está estudando”, explicou o secretário.

Personagem da notícia


O marceneiro aposentado, Francisco das Chagas Ferreira (foto), 72 anos, conhecido como Ticó, morador da Rua Major Emídio Avelino, afirma que tem uma grande família sepultada no Cemitério Monsenhor Honório e afirma que lá será sua última morada. Todos os seus parentes (pai, mãe, tios, irmãos, filhos e esposa) estão enterrados lá. “Não quero vir tão cedo, mas tenho um lugar reservado ao lado da minha mulher”, disse.

Viúvo há dois anos e sete meses, Ticó é um senhor bem aparentado e cheio de saúde, que teve 17 filhos em 49 anos de casamento com dona Raimunda Nazaré da Costa Ferreira. “Minha esposa está aqui e é pra cá que eu venho”, explicou ele, com os olhos marejados, diante de um túmulo muito bem conservado.

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