Em busca do terceiro mandato

ARTIGO

Ana Emília Fernandes | jornalista

Nos cursos de graduação em publicidade ou marketing das melhores universidades do País, a regra básica do alunado, de um modo geral, é “quem não é visto não é lembrado”. Porém, o prefeito de Macau, Flávio Veras, já está extrapolando os limites da boa paciência quando leva o empresário Kerginaldo Pinto a tiracolo para todo lugar e faz questão de anunciar que é seu candidato, contrariando os interesses de outros correligionários do PMDB, filhos de Macau e que pretendem ocupar a cadeira principal no Palácio João Melo.

É claro que o prefeito está forçando a barra. Cada vez mais, expondo seu candidato em tudo que é festa ou aparição pública. Tem gente que encontra com Kerginaldo Pinto na rua e pergunta logo pelo prefeito. Na última sexta-feira, 9 de setembro, aniversário dos 136 anos de Emancipação Política de Macau, o prefeito levou seu pupilo para o palanque de autoridades para assistir ao desfile cívico e militar, como se o Pinto fosse uma autoridade municipal.

Além de ser uma pessoa comum sem cargo eleito pelo povo, o empresário Kerginaldo Pinto não pode ser tratado como autoridade e receber nenhum tipo de regalia ou prenda por parte do prefeito Flávio Veras em exercício do cargo, em solenidade onde há uso do dinheiro público. Se a moda pega pra valer, qualquer cidadão pode vestir o paletó e subir no palanque, sentar nas cadeiras frontais e assistir ao desfile jogando flores e sorrisos para o povo.

Receoso com o futuro, temendo uma auditoria por parte de algum adversário que venha ganhar a campanha, o prefeito de Macau, Flávio Veras, quer fazer seu sucessor a todo custo, como se perseguisse um “terceiro mandato de prefeito”. Todo macauense sabe que, com Kerginaldo Pinto na prefeitura de Macau, o todo poderoso Flávio Veras vai continuar com a caneta na mão, massacrando e perseguindo os macauenses. Uma estratégia fruto de uma campanha de marketing.