quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Pescador ficou dias perdido no mar

Foto Magnus Nascimento
Zabóia  passou oito dias à deriva entre Pernambuco e o Piauí num barco inflável e, depois de resgatado, ele já pensa em voltar ao trabalho

Da Redação | pvmacau@gmail.com
Com informações do Novo Jornal

Após oito dias perdido no mar, o pescador Francisco Januário de Souza, 61 anos, está vivo para contar como ficou à deriva na divisa de Pernambuco com a Paraíba, apenas com um pequeno bote, poucos mantimentos e a fé. Uma semana depois, o pescador foi encontrado no litoral de Acaraú, uma praia no Ceará, a 800 km de Natal. De volta ao lar, no bairro de Pajuçara, na Zona Norte de Natal, o “Zabóia”, como é mais conhecido, já pensa em voltar ao mar. “Quero voltar. Só me sinto bem por lá”, comentou.

No começo de agosto, um amigo foi à sua casa, o convidou para mais um empreitada de pesca e juntos foram ao Recife. De lá, seguiriam para o alto mar. Era este o plano, mas desde o início nada deu certo. O barco ficou parado mais de 30 dias no porto de Recife. No dia 02 de setembro, enfim, o barco partiu. Pouco tempo depois, a bomba do motor queimou. Os equipamentos reservas não funcionaram.

O desespero tomou conta dos nove tripulantes do barco Água Rio Negro. Por volta das 17 horas, o mar ficou revolto. Uma forte tempestade jogou o barco contra as ondas, destruindo a alça que prendia a balsa de salvamento à embarcação. “Era uma das nossas saídas. Se o barco afundasse, nós teríamos a balsa. Além disso,  a balsa custa mais de R$ 16 mil. Eu tentei recuperar o prejuízo”, lembrou Francisco.

O pescador mergulhou para pegar a balsa e ficou sem rumo por vários dias. Levado pelas forças dos ventos, ele já havia cruzado toda a costa do Rio Grande do Norte. Enquanto isso, a Marinha se restringia a procurar por ele ao longo da costa das divisas entre a Paraíba e Pernambuco. Nos dois dias seguintes, ele já estava chegando ao Ceará. Na quarta-feira, as buscas foram canceladas  pela Marinha e a família foi comunicada.

Nos suprimentos, ele tinha ainda em mãos alguns tabletes de comida desidratada (uma mistura de banana com amendoim) e alguns pacotes de água. O sol nunca foi um problema durante os dias que passou perdido na imensidão do atlântico. Apesar das pernas e braços queimados, da forte insolação e desidratação, o grande medo de Francisco era o frio noturno.

Ele disse que em nenhum momento chorou enquanto estava à deriva. Mas quando viu os familiares depois de 8 dias no mar, ele ficou muito emocionado. Resgatado, Francisco foi enviado a um posto de saúde da cidade de Acaraú, no norte do Ceará, já na divisa com Piauí. Depois, ele foi transportado ao Hospital da Casa da Misericórdia, em Sobral. À noite, Francisco retornou à Natal com as pernas feridas e ainda bem desidratado numa viagem de 12 horas.

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