Secretário de cultura municipal, Chico Paraíba, disse que o "dinheiro estava escutando a conversa" para fazer a reforma do teatro, há um ano atrás. |
Agonizando no leito de morte, o Teatro Municipal Hianto de Almeira, o único teatro da cidade, está se desmoronando aos poucos pelo descaso da Prefeitura de Macau e pede socorro à classe artística e aos apreciadores da cultura macauense, terra do grande maestro Hianto de Almeida. Há mais de seis anos entregue a própria sorte, o velho prédio do teatro está completamente comprometido com rachaduras em toda sua estrutura, podendo ruir a qualquer momento.
Em entrevista ao blog Macau em dia, no início do ano, o presidente da Fundação de Cultura de Macau, Chico Paraíba, garantiu que a verba orçamentária para a reforma do Teatro Municipal Hianto de Almeida “já estava escutando a conversa”. Até hoje, nada aconteceu. A Prefeitura de Macau ficou inerte e o Teatro continua fechado, servindo para usuários de drogas e casais fazerem sexo dentro, mesmo num local insalubre em risco de desabar.
Pelo descaso com que a cultura é tratada em Macau, se percebe fácil que o prefeito Flávio Veras não tem uma política cultural para a cidade e só se preocupa em fazer festas de eventos passageiros. “Enquanto isso, nossas manifestações culturais são esquecidas. Hianto de Almeida é considerado por muitos intelectuais como um dos precursores da Bossa Nova. Ele jamais poderia ser esquecido pelos macauenses”, disse o jornalista Bosco Afonso, indignado com o estado físico do Teatro.
Enquanto isso, contratos suspeitos de superfaturamento (passando da casa dos milhões) são realizados para promover o “Carnaval de Macau” e a “Festa do Sal”. Na verdade, o derradeiro lampejo de cultura que a cidade respira é o seu carnaval abaianado, onde bandas de forró de plástico fazem a folia de momo parecer um grande arraial junino. Apesar dos vereadores reclamarem, o prefeito nunca fez a prestação de contas públicas para explicar a gastança durante o carnaval, o período junino ou na Festa do Sal.
A importância de Hainto
Um dos músicos mais importantes da Bossa Nova brasileira foi completamente esquecido na sua terra. No ano que a Bossa Nova completa 50 anos com comemorações em todo o Brasil, a cidade de Macau não reconhece o valor da obra de um dos filhos mais exaltado pela imprensa brasileira. Até o teatro que leva seu nome continua fechado, mostrando o descaso da Prefeitura de Macau pela cultura do município.
O jornalista Bosco Afonso sugere que os gestores macauenses comecem a entender que muitos estudiosos em música brasileira sempre ressaltam o nome de Hianto de Almeida, que desde 1952 coleciona gravações nas mais variadas vozes de intérpretes brasileiros como João Gilberto, Elza Soares, Dalva de Oliveira, Maysa, Jair Rodrigues e outros mitos da Bossa Nova. “Hianto tem uma importância Nacional, somente Macau não quer ver”, disse Bosco.
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