A agonia de um teatro

Fachada do Teatro Hianto de Almeida está comprometida com várias rachadura e pode ruir a qualquer momento, causando um acidente grave.

  Alex Gurgel | jornalista

alexgurgel@com-texto.com

É muito triste o quadro cultural no município de Macau. Os principais equipamentos de cultura estão completamente em ruínas como é o caso da Casa de Cultura Palácio do Salineiro e o Teatro Municipal Hianto de Almeida, esse último está caindo aos pedaços, literalmente. Há mais de quatro anos entregue a própria sorte, o velho prédio do teatro está completamente comprometido com rachaduras em toda sua estrutura, podendo ruir a qualquer momento.

Enquanto o Teatro Municipal Hianto de Almeida se despedaça a olhos nus, a Prefeitura de Macau cruza os braços para o problema, como se a cultura do município não existisse. No início do ano, o secretário de cultura municipal, Chico Paraíba, garantiu ao blog Macau em Dia (ver link no final da matéria) que a verba orçamentária para a recuperação do teatro “estava escutando a conversa”.

“O projeto para a restauração do Teatro Hianto de Almeida já está pronto e as obras devem se iniciar em janeiro, no mais tardar em fevereiro e será reinaugurado até o mês de julho”, garantiu Chico Paraíba. O secretário de cultura também disse que construirá o Conservatório de Música, que poderia abrigar a escola de música do município. Tudo conversa fiada que nunca saiu do papel.

Enquanto isso, contratos suspeitos de superfaturamento (passando da casa dos milhões) são realizados para promover o “Carnaval de Macau”. Na verdade, o derradeiro lampejo de cultura que a cidade respira é o seu carnaval abaianado, onde bandas de forró de plástico fazem a folia de momo parecer um grande arraial junino. Apesar dos vereadores reclamarem, o prefeito nunca fez a prestação de contas públicas para explicar a gastança carnavalesca.

Agonizando no leito de morte, o único teatro está se desmoronando aos poucos pelo descaso da Prefeitura de Macau e pede socorro à classe artística e aos apreciadores da cultura macauense, que um dia viu nascer o grande maestro Hianto de Almeida. Orgulhoso, o prefeito Flávio Veras cumpre seu ritual de estrela brejeira todos os anos, quando reúne a imprensa tupiniquim para anuncia o carnaval, regado a churrasco e cerveja gelada nos melhores restaurantes de Natal e Mossoró. Tudo pago com o dinheiro público.

Veja matéria feita com Chico Paraíba, em janeiro desse ano. CLIQUE  AQUI

Entrada para o teatro que está sendo usado por drogados.

O palco está completamente destruído.

O teto caiu há mais de 4 anos e a Prefeitura de Macau está inerte.

Todos os equipamentos foram roubados ou estão imprestáveis para uso.

O tablado do palco está afundando, assim como a cultura macauense.