O Partido Verde e sua candidata fizeram nascer nos corações e mentes de milhões de brasileiros a ideia de uma terceira via em direção ao futuro. Já nos consolidamos desde nossa fundação como uma opção política concreta. Influenciamos as plataformas do segundo turno das eleições presidenciais, mediante a inserção da questão moral e ambiental.
O Partido Verde e sua candidata, Marina Silva, fizeram história. A campanha que levou a causa verde para um grande número de brasileiros foi marcada pela sintonia entre o partido político e sua candidata, levando o meio ambiente ao centro do debate e das questões nacionais.
O Partido Verde luta pela difusão de ideias e ideais que sempre abrangeram, além da questão ambiental, o apoio à luta das minorias.
Com generosidade e respeito às diferenças, para receber Marina Silva com entusiasmo incluímos em nosso estatuto a cláusula de consciência, que permite que filiados explicitem oposição a itens do programa partidário em face de convicções religiosas. Reconhecendo desde o início a relevância política de Marina, foi alterado, também, o número de membros da Executiva do partido, de maneira a abrir espaço a vozes diretamente ligadas à futura candidata.
Também fomos o partido que lançou o maior número de candidatos aos governos estaduais com o objetivo de consolidar a candidatura presidencial, o que dificultou o fortalecimento da nossa bancada Federal que de 15 baixou para 14 parlamentares. Com olhar para o país, assumiu-se que o partido e Marina deveriam se empenhar para estar em plena convergência.
Não podemos nos furtar, todavia, a expressar nossa posição sobre a polêmica em torno da possível saída de Marina Silva do PV. Estamos passando por nossa primeira grande crise de crescimento. O Partido Verde e suas lutas são maiores do que qualquer pessoa. Ultrapassaremos os problemas atuais e sairemos fortalecidos desse processo.
Não nos recusamos aperfeiçoar as regras que moldam o funcionamento de nosso partido. Estão programadas atualizações programáticas que ocorrerão como decorrência de amplo debate interno e com a sociedade, não da imposição de grupos. No estatuto do Partido Verde não se apresentam quaisquer óbices à participação dos filiados nos processos internos de tomada de decisão.
Mas não afastaremos a necessidade da discussão democrática, abrindo portas à hegemonia de grupos. Vamos aprofundar o debate interno, a abertura para negociação, a persistência, a paciência e a humildade na busca de soluções. Não abriremos mão das discussões necessárias, francas e abertas, antes de efetivar modificações na organização e na dinâmica de nosso partido.
O Partido Verde lastima essa falsa polêmica artificialmente inflada sobre a falta de democracia interna que tem gerado distorções injustas na imprensa brasileira. Estamos abertos para receber em nossas fileiras pessoas que entendem que a luta pelo coletivo é muito mais relevante do que a luta pelo individual. O PV é, repetimos, um partido de ideias e princípios, avesso a messianismo, sabendo que a causa verde é a da sobrevivência da humanidade e não de pessoas.
Os signatários desse documento veem no Partido Verde um instrumento dessa causa que só faz sentido na medida em que sirva para transformar a realidade, mediante a ampliação da democracia e da equidade social. Comprometem-se publicamente a promover amplos debates, com seus filiados e com a sociedade de forma geral, para continuar formulando e atualizando sistematicamente os posicionamentos do partido em relação aos principais temas que afetam os brasileiros.
Mantém os seguintes compromissos:
1. preparar o partido para a atualização estatutária e programática, a ser discutida e aprovada em convenção nacional que se realizará em março de 2012;
2. mobilizar o partido para responder da forma devida aos principais temas em pauta no país, como a reforma política e a reforma tributária, assim como para enfrentar a pressão por retrocessos na legislação florestal e pela implantação de novas usinas nucleares, entre vários outros assuntos importantes para a causa ambiental;
3. preparar o partido para as eleições municipais, estimulando candidaturas próprias, especialmente nos municípios onde houver dois turnos de votação;
4. promover o recadastramento dos filiados, simultaneamente a uma grande campanha nacional por novas filiações.
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